2005/06/11

Póvoa Semanário, 1 de Junho de 2005

Póvoa Semanário publica notícia acerca do CTDI 2005


Mesa da Sessão II do CTDI 2005 - Auditório da ESEIG Posted by Hello

«O auditório da ESEIG recebeu mais de uma centena de participantes naquele que foi o I Encontro de Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação.
“A Informação nas organizações e o desafio da era digital” foi o tema que, durante a passada quarta-feira, esteve em cima da mesa no primeiro encontro de ciências e tecnologias da documentação e informação organizado pela ESEIG – Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão da Póvoa de Varzim e Vila do Conde.»


A jornalista Cândida Ribeiro, referiu passagens das comunicações de Armando Malheiro da Silva e de David Allen, salientando que «o fenómeno da informação "tem que ser estudado, analisado e disciplinado"» e que «há muita informação, mas “temos que saber lidar com ela, seleccioná-la, saber escolher os conteúdos que nos interessam e de que forma os podemos assimilar ou reencaminhar"». Conclui a notícia, referindo as declarações da Coordenadora do Curso de Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação e Presidente da Comissão Organizadora do CTDI 2005, Inês Braga, segundo a qual este encontro é importante na medida em que se podem trocar “impressões e experiências entre o meio académico e o profissional”, e que um gestor de informação acaba por ter um papel crucial e “necessário em qualquer área do conhecimento”.


Póvoa Semanário - Sociedade - 1 de Junho de 2005

2005/05/29

Uma nova era na profissão de informação em Portugal

No CTDI 2005 participaram alguns dos nomes mais conhecidos na área da ciência da informação, da gestão de informação, da engenharia informática e da consultoria de informação em Portugal, e, também, no mundo. Foram colocadas inúmeras questões (e apontadas soluções em boa parte dos casos), algumas ainda sem resposta e que constituem óptimos pontos de partida para acções de investigação, de entre as quais quero salientar aquelas que Fernanda Ribeiro deixou no ar – a necessidade de repensarmos a multiplicidade de normas que temos, a sectorização em compartimentos estanques da prática arquivística e da biblioteconómica, e quiçá (ainda!) da documentação num terceiro pólo. De facto, já há 9 anos atrás, quando trabalhei como consultora num arquivo histórico, me tinha interrogado sobre a necessidade de espartilhar os profissionais de informação em mundos aparentemente tão distintos, e que assim o parecem mercê das normas que os regem e de alguns procedimentos, e pela ausência de comunicação entre eles (sendo esta causa e conseqüência da prática profissional distinta). É certo que esta sectorização resulta, tal como referiu Malheiro da Silva, do facto de a ciência da informação, a teorização por assim dizer, ter surgido muito depois da prática profissional. Foi notório, também, pela evocação de outros tempos, ainda recentes, que a convivência entre especialistas de informática e especialistas de informação nem sempre foi pacífica e cooperante. À parte a tendência que sempre pode existir entre profissionais de diversas áreas para a imposição ao outro grupo profissional, o facto é que o mundo mudou e a atitude das pessoas também. Numa sociedade em que tanto se fala de globalização e dos seus perigos e vantagens, constitui um dado adquirido que a Internet veio aproximar formas de actuar e modos de pensar. A intercomunicabilidade constante proporcionada por toda uma panóplia de novas tecnologias, quase inexistentes nos anos 80 do século passado quando se davam os passos decisivos da informatização dos serviços de informação em Portugal, veio permitir que os especialistas de várias áreas troquem opiniões, criem projectos em parceria e adquiram novas competências. Por outro lado, a criação de graus académicos em ciência da informação e em gestão de informação em Portugal conduziu ao aparecimento de uma nova geração de profissionais de informação que entra no mercado devidamente habilitada a nível tecnológico. Estes profissionais têm as competências necessárias para poderem trabalhar sem dependências de outros grupos profissionais (como bem frisou Joaquim Sousa Pinto), e conhecimentos científicos e técnicos que lhes permitem compreender melhor os arquétipos mentais daqueles e, assim, saberem trabalhar em parceria. É claro que conflitos podem surgir sempre, pois a competição é uma realidade que não é exclusiva do mercado de trabalho, e os conflitos de personalidade podem ocorrer sempre nas relações interpessoais. Mas, não serão extensíveis a um grupo profissional. Porém, há ainda uma batalha a travar para que sejamos reconhecidos e respeitados como profissionais: a da promoção da imagem do profissional de informação na sociedade portuguesa. E essa tarefa deveria ter sido já cumprida pelas associações profissionais da área. Esperemos que o inquérito nacional realizado para o Observatório da Profissão de Informação-Documentação (OPI-D) venha a ter conseqüências práticas imediatas conduzindo à elaboração de uma estratégia de marketing, ao lançamento de uma campanha publicitária em órgãos de comunicação social (dependendo da verba necessária), ou à adopção de outras formas de promoção julgadas eficazes. Em definitivo, estamos numa nova era da profissão de informação em Portugal.

2005/05/28

Público, Sábado, 28 de Maio de 2005, p. 29

Notícia publicada na secção Sociedade sob o título “Investigador defende polícias com sistema de transmissão de dados”.
O jornal “Público” noticiou a presença de David Allen (University of Leeds) no CTDI 2005, tendo entrevistado este reconhecido professor universitário e investigador britânico, especialista em Gestão de Informação e do Conhecimento, no decurso do evento organizado por professores e alunos da licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação do Instituto Politécnico do Porto. Esta licenciatura, leccionada na Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão em Vila do Conde, teve início no ano lectivo de 2001/2002 e os seus primeiros diplomados sairão no próximo ano lectivo de 2005/2006. David Allen apresentou uma comunicação com o título “Mobile Information and Communications Technologies and the Management of Information” onde sintetizou os resultados de investigação de uma série de projectos de investigação em decurso no sector público do Reino Unido, entre os quais se encontram dois que se reportam ao impacto informacional e organizacional das tecnologias móveis nas forças policiais do Reino Unido. Na entrevista ao “Público”, D. Allen referiu que, no âmbito desses projectos, os polícias do Reino Unido têm utilizado meios móveis de transmissão de dados – computadores portáteis, telemóveis de última geração ou agendas electrónicas – como meio de protecção, de aumento da eficácia no combate à criminalidade e na salvaguarda dos direitos dos cidadãos. A tendência para o futuro será «ter maior número de polícias na rua a ajudar a comunidade do que na esquadra (...) – ficam inseridos no meio e, por exemplo, através dos sistemas de informação, os agentes podem ir à casa de uma vítima ou de testemunhas recolher os seus depoimentos sem que estas sejam obrigadas a comparecer numa esquadra e perderem vários dias. Este policiamento de proximidade será enriquecido se o agente puder, em tempo real através de sistemas de informação, dar resposta às pessoas da comunidade ou retransmitir para outras forças policiais, eventualmente de terras vizinhas, factos importantes para a manutenção da segurança». O jornalista Angelo Teixeira Marques questionou, ainda, o entrevistado acerca da hipótese de a base de dados criada vir a ser utilizada para outros fins. David Allen respondeu que no Reino Unido há legislação rígida acerca desta matéria, e aconselhou que qualquer outro país que pretenda pôr em acção um sistema global de partilha de informações realize previamente um amplo debate acerca do assunto.


Público Online

D. Allen - On mobility and context of work... - Proceedings of the 37th Annual Hawaii International Conference on System Sciences (HICSS'04)

CTDI 2005


Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG) - Vila do Conde Posted by Hello

O I Encontro de Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI 2005) teve lugar na Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG), uma escola do Instituto Politécnico do Porto (IPP), em Vila do Conde no passado dia 25 de Maio de 2005. O CTDI 2005 teve como tema “A informação nas organizações: o desafio da era digital” e contou com a participação de 10 palestrantes distribuídos por 4 sub-temas:

- Ciência da Informação e Gestão de Informação: vantagem competitiva para as organizações;
- Organização do conhecimento e recuperação da informação;
- Acesso à Informação: Bibliotecas e Arquivos Digitais;
- Serviços e empresas de informação no século XXI.


Armando Malheiro da Silva (Prof. Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), David Allen (Senior Lecturer da Leeds Business School da University of Leeds), Maria Manuela Pinto (Assistente Convidada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), Fernanda Ribeiro (Prof. Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), Joaquim Sousa Pinto (Prof. Auxiliar da Universidade de Aveiro), Maria Luísa Cabral (Directora de Serviços da Biblioteca Nacional), Maria Manuel Borges (Assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), Eloy Rodrigues (Director de Serviços da Universidade do Minho), Paulo Veiga (CEO da EAD) e Júlio Anjos (Director Técnico da Lusodoc) foram os palestrantes convidados para esta 1ª edição do CTDI 2005.

Site oficial do CTDI 2005

Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão - a licenciatura em CTDI

Leituras 2 - O acesso à informação nos arquivos

RIBEIRO, Fernanda - O acesso à informação nos arquivos. [Lisboa] : Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação para a Ciência e Tecnologia, 2003. 2 vol. ISBN 972-31-1017-2.

Leituras 1 - Bibliotecas : acesso, sempre

CABRAL, Maria Luísa - Bibliotecas : acesso, sempre. Lisboa : Edições Colibri, 1996. 131, [3] p. ISBN 972-8288-16-6.

Por ocasião da 75ª Feira do Livro, recomendo vivamente a (re)leitura deste livro que constitui um documento basilar de divulgação da problemática do acesso à informação. Da autoria da gestora e promotora da Base Nacional de Dados Bibliográficos (PORBASE), que com a sua visão, coragem e determinação modernizou as bibliotecas portuguesas e colocou os serviços de informação portugueses (em geral) na rota do progresso e da interoperabilidade, este documento constitui uma compilação dos textos que a própria escreveu para uma coluna do Diário de Notícias entre Janeiro de 1993 e Dezembro de 1995. Dez anos depois, estes textos não só dão uma perspectiva global da evolução da profissão de informação em Portugal como continuam extremamente actuais. A acutilância do diagnóstico de Maria Luísa Cabral e a sua visão sempre objectiva e progressista da nossa realidade fazem destes textos pontos de referência para qualquer profissional de informação. Não basta sermos excelentes técnicos ou dotados de sólidos conhecimentos científicos, se não formos também capazes de ter espírito crítico ou de, pelo menos, procurar saber a opinião de quem reconhecidamente o tem. Se não reflectirmos sobre o que nos rodeia e não questionarmos aquilo que nos parece errado, nunca poderemos ser bons profissionais. Maria Luísa Cabral teve sempre a coragem de dizer aquilo que outros não ousam. Essa característica, aliada à sua reconhecida autoridade científica e técnica, tem-lhe granjeado inúmeros admiradores e (se bem conheço a mesquinhez humana...) também, decerto, alguns inimigos. Deixo-vos com um excerpto da p. 71: «Reconhecer as fraquezas das organizações é um tremendo princípio de gestão, não para as escamotear, mas para as vencer, enfrentando-as. No caso das bibliotecas, reconhecidos que forem os fundos curtos eventualmente valiosos, ou descontínuos e desactualizados ainda que vastos, há que trabalhar no sentido da sua própria valorização, inventariando-os e proporcionando o acesso a eles. Acesso que no ano 2000 só é admissível pelo recurso sem complexos nem baias à alternativa informática global.»