2005/05/29
Uma nova era na profissão de informação em Portugal
2005/05/28
Público, Sábado, 28 de Maio de 2005, p. 29
O jornal “Público” noticiou a presença de David Allen (University of Leeds) no CTDI 2005, tendo entrevistado este reconhecido professor universitário e investigador britânico, especialista em Gestão de Informação e do Conhecimento, no decurso do evento organizado por professores e alunos da licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação do Instituto Politécnico do Porto. Esta licenciatura, leccionada na Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão em Vila do Conde, teve início no ano lectivo de 2001/2002 e os seus primeiros diplomados sairão no próximo ano lectivo de 2005/2006. David Allen apresentou uma comunicação com o título “Mobile Information and Communications Technologies and the Management of Information” onde sintetizou os resultados de investigação de uma série de projectos de investigação em decurso no sector público do Reino Unido, entre os quais se encontram dois que se reportam ao impacto informacional e organizacional das tecnologias móveis nas forças policiais do Reino Unido. Na entrevista ao “Público”, D. Allen referiu que, no âmbito desses projectos, os polícias do Reino Unido têm utilizado meios móveis de transmissão de dados – computadores portáteis, telemóveis de última geração ou agendas electrónicas – como meio de protecção, de aumento da eficácia no combate à criminalidade e na salvaguarda dos direitos dos cidadãos. A tendência para o futuro será «ter maior número de polícias na rua a ajudar a comunidade do que na esquadra (...) – ficam inseridos no meio e, por exemplo, através dos sistemas de informação, os agentes podem ir à casa de uma vítima ou de testemunhas recolher os seus depoimentos sem que estas sejam obrigadas a comparecer numa esquadra e perderem vários dias. Este policiamento de proximidade será enriquecido se o agente puder, em tempo real através de sistemas de informação, dar resposta às pessoas da comunidade ou retransmitir para outras forças policiais, eventualmente de terras vizinhas, factos importantes para a manutenção da segurança». O jornalista Angelo Teixeira Marques questionou, ainda, o entrevistado acerca da hipótese de a base de dados criada vir a ser utilizada para outros fins. David Allen respondeu que no Reino Unido há legislação rígida acerca desta matéria, e aconselhou que qualquer outro país que pretenda pôr em acção um sistema global de partilha de informações realize previamente um amplo debate acerca do assunto.
Público Online
D. Allen - On mobility and context of work... - Proceedings of the 37th Annual Hawaii International Conference on System Sciences (HICSS'04)
CTDI 2005

Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG) - Vila do Conde

O I Encontro de Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI 2005) teve lugar na Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG), uma escola do Instituto Politécnico do Porto (IPP), em Vila do Conde no passado dia 25 de Maio de 2005. O CTDI 2005 teve como tema “A informação nas organizações: o desafio da era digital” e contou com a participação de 10 palestrantes distribuídos por 4 sub-temas:
- Ciência da Informação e Gestão de Informação: vantagem competitiva para as organizações;
- Organização do conhecimento e recuperação da informação;
- Acesso à Informação: Bibliotecas e Arquivos Digitais;
- Serviços e empresas de informação no século XXI.
Armando Malheiro da Silva (Prof. Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), David Allen (Senior Lecturer da Leeds Business School da University of Leeds), Maria Manuela Pinto (Assistente Convidada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), Fernanda Ribeiro (Prof. Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), Joaquim Sousa Pinto (Prof. Auxiliar da Universidade de Aveiro), Maria Luísa Cabral (Directora de Serviços da Biblioteca Nacional), Maria Manuel Borges (Assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), Eloy Rodrigues (Director de Serviços da Universidade do Minho), Paulo Veiga (CEO da EAD) e Júlio Anjos (Director Técnico da Lusodoc) foram os palestrantes convidados para esta 1ª edição do CTDI 2005.
Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão - a licenciatura em CTDI
Leituras 2 - O acesso à informação nos arquivos
Leituras 1 - Bibliotecas : acesso, sempre
Por ocasião da 75ª Feira do Livro, recomendo vivamente a (re)leitura deste livro que constitui um documento basilar de divulgação da problemática do acesso à informação. Da autoria da gestora e promotora da Base Nacional de Dados Bibliográficos (PORBASE), que com a sua visão, coragem e determinação modernizou as bibliotecas portuguesas e colocou os serviços de informação portugueses (em geral) na rota do progresso e da interoperabilidade, este documento constitui uma compilação dos textos que a própria escreveu para uma coluna do Diário de Notícias entre Janeiro de 1993 e Dezembro de 1995. Dez anos depois, estes textos não só dão uma perspectiva global da evolução da profissão de informação em Portugal como continuam extremamente actuais. A acutilância do diagnóstico de Maria Luísa Cabral e a sua visão sempre objectiva e progressista da nossa realidade fazem destes textos pontos de referência para qualquer profissional de informação. Não basta sermos excelentes técnicos ou dotados de sólidos conhecimentos científicos, se não formos também capazes de ter espírito crítico ou de, pelo menos, procurar saber a opinião de quem reconhecidamente o tem. Se não reflectirmos sobre o que nos rodeia e não questionarmos aquilo que nos parece errado, nunca poderemos ser bons profissionais. Maria Luísa Cabral teve sempre a coragem de dizer aquilo que outros não ousam. Essa característica, aliada à sua reconhecida autoridade científica e técnica, tem-lhe granjeado inúmeros admiradores e (se bem conheço a mesquinhez humana...) também, decerto, alguns inimigos. Deixo-vos com um excerpto da p. 71: «Reconhecer as fraquezas das organizações é um tremendo princípio de gestão, não para as escamotear, mas para as vencer, enfrentando-as. No caso das bibliotecas, reconhecidos que forem os fundos curtos eventualmente valiosos, ou descontínuos e desactualizados ainda que vastos, há que trabalhar no sentido da sua própria valorização, inventariando-os e proporcionando o acesso a eles. Acesso que no ano 2000 só é admissível pelo recurso sem complexos nem baias à alternativa informática global.»